Turismo católico na Índia
Nem somente de hinduísmo vive a Índia. O país mais populoso do mundo é um intenso e imenso caldeirão cultural. Temperam esse verdadeiro curry de crenças, muitas religiões, dentre elas o catolicismo.
Estima-se que 5% dos indianos sejam cristãos, ou seja, mais de 5 milhões de pessoas!
Inclusive, muitos missionários católicos, ao longo dos séculos, fundaram escolas e faculdades, ajudando a espalhar a mensagem de boa vontade no país. Os portugueses, ao longo de mais de 300 anos, estabeleceram entrepostos comerciais, sobretudo no Sul da Índia, em Kerala e Goa. Ali, construíram muitas igrejas a partir do século XVI para cultivar sua fé. Uma curiosidade relacionado aos portugueses, é o fato do próprio Vasco da Gama, tão importante para a história das navegações, ter de fato falecido na Índia.
Neste artigo, conheça os principais pontos de interesse para os católicos nesse país imenso, cheio de contrastes, onde transborda a fé, em diversas variações.
TURISMO CATÓLICO NO SUL DA ÍNDIA
O sul da Índia se destaca quando falamos do Cristianismo, afinal o apóstolo São Tomás teria chego em Chennai, no ano de 52 e vivido 12 anos em diversos pontos do país. Outros acreditam que, na verdade, São Bartolomeu teria sido o primeiro missionário na Índia, também começando seus trabalhamos de catequização pelo Sul.
Basílica Catedral de São Tomás e Santuário Nacional de São Tomás, Chennai - é uma basílica católica romana construída no século XVI por exploradores portugueses, sobre o túmulo de São Tomás, um dos 12 apóstolos de Jesus. Visite o museu para ver a galeria de bronze com sua bela coleção de arte Chola.
Igreja do Sagrado Coração, Pondicherry. Ao lado de um museu, a igreja impressiona pelos seus vitrais, retratando a vida de Jesus e outros santos católicos. A construção (século XIV) em estilo arquitetônico gótico, surpreende os visitantes.
Igreja de Santo Afonsa em Bharananganam. É um local venerado em Kerala, dedicado à Santa Afonsa, a primeira mulher de origem indiana a ser canonizada como santa pela Santa Igreja. Hoje, é um destino de peregrinação para os devotos que vêm homenageá-la e pedir intercessão. A arquitetura da igreja é típica de Kerala, caracterizada por telhados inclinados, distintos e trabalhados em madeira. No interior, os visitantes encontram belas pinturas, esculturas e relíquias.
Igreja Kokkamangalam de São Tomás em Kumarakom. Conhecida como Kokkamangalam Palli, é um antigo e venerado local de peregrinação cristã localizado em Kerala. Acredita-se que tenha sido fundada no século I d.C. pelo próprio São Tomás. É, portanto, uma das igrejas cristãs mais antigas da Índia e tem grande significado na história cristã. Sua arquitetura reflete uma mistura dos estilos, tradicional de Kerala e colonial português, com seu distinto telhado inclinado, esculturas em madeira e interiores primorosamente pintados. O altar-mor da igreja é dedicado ao Apóstolo São Tomé ou Tomás e os visitantes também podem encontrar relíquias e artefatos associados ao santo nas dependências da igreja.
Igreja de São Francisco, Cochin, onde foi originalmente sepultado Vasco da Gama e a Igreja de Santa Cruz com o seu interior em tons pastéis e painéis de madeira esculpida.
GOA
O cristianismo se estabeleceu na Índia antes mesmo de algumas nações da Europa terem sido cristianizadas. Historicamente, a atividade missionária cristã começou com o advento de São Francisco Xavier, que teria chegado em Goa no século XV. Sua fama lhe deu o apelido de missionário do Oriente. Ele foi seguido inicialmente por missionários portugueses a partir do séc. XV e levou muitos fiéis à religião cristã.
Igreja de São Caetano originalmente dedicada a Nossa Senhora da Divina Providência, hoje conhecida como Igreja de São Caetano, um santo contemporâneo à São Francisco Xavier e fundador da Ordem dos Monges chamados Teatinos. Foi construída para lembrar a Basílica de São Pedro, em Roma.
Catedral da Sé: a mais importante da parte Velha de Goa e a maior igreja da Ásia. Seu interior abobadado impressiona os visitantes com a sua grandeza. É dedicada a Santa Catarina e foi construída para comemorar a vitória de Afonso Albuquerque, conquistada na festa de Santa Catarina de Alexandria.
Ruínas da Torre de Santo Agostinho (UNESCO), a única torre sobrevivente das 4 que outrora fizeram parte da Igreja de Santo Agostinho. É também o local da descoberta arqueológica dos restos mortais da Rainha Ketevan.
Convento de Santa Mônica – em homenagem a Santa Mônica, a mãe de Santo Agostinho.
CALCUTÁ
Ao longo dos séculos XVIII e XIX, missionários católicos e protestantes pregaram o cristianismo na Índia. Muitas das influências modernas na sociedade indiana são, de fato, atribuídas ao papel do Cristianismo no país. Madre Teresa é venerada em Calcutá e muitos católicos exibem a sua foto nas paredes. Outras igrejas imponentes na região impressionam por sua grandiosidade arquitetônica.
Catedral de São Paulo. É a primeira Igreja Episcopal da Ásia com uma impressionante arquitetura indo-gótica. O Bispo Wilson patrocinou a construção dessa bela igreja em 1839, concluída em 1847. A igreja foi destruída devido ao terremoto de 1897 e depois foi reformada. Está num vasto terreno onde também se pode encontrar um ponto de meditação que foi montado nos últimos tempos. As belas imagens descrevem a vida e a obra de São Paulo.
Catedral da Santa Rosário comumente conhecida como Igreja Portuguesa, é a catedral da Arquidiocese Católica Romana de Calcutá (hoje Calcutá). Também conhecida como Igreja Murgihata, fundada em 1799.
Em Calcutá, se pode também visitar orfanatos e escolas que acolhem órfãos indianos, dando sequência a obra da Madre Teresa.
Jesus Cristo viveu na Índia?
Para alguns teólogos a imagem sim. Há, ainda, algumas teorias interessantes de que Jesus, após ter ressuscitado teria passado seus últimos anos na Índia. Estudiosos como Holger Kersten em uma de suas obras intitulada, Jesus na Índia, levanta uma curiosa teoria, compartilhada por muitos budistas, inclusive. De que Jesus de Nazaré, dos 12 aos 30 anos, teria vivido no Oriente em diferentes partes da Índia, estudado escrituras antigas, os vedas e falado com inúmeros sacerdotes hindus.
O fato de na Bíblia ter um hiato, pois não diz onde Jesus viveu em sua juventude, dá força a essa teoria que sustenta as falas e pregações de Cristo que estão mais ligadas ao Budismo do que ao próprio Judaísmo Ortodoxo.
Essa teoria de que Jesus teria sido uma das reencarnações de Buda é bastante difundida também no Budismo que, embora tenha se organizado cerca de 500 anos depois da morte de Cristo como uma religião, tem sua origem no próprio hinduísmo, já que o Buda, era um príncipe hindu.